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Microplásticos são encontrados no sangue humano pela primeira vez


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É unânime entre a comunidade científica: praticamente nenhum lugar do planeta Terra está livre da névoa de microplásticos. E isso inclui até mesmo o corpo humano.

Um estudo recente de cientistas holandeses detectou sinais de poluição microplástica no sangue pela primeira vez.

A pesquisa, publicada na quinta-feira (24/3) na revista Environmental International, analisou amostras de sangue retiradas de 22 doadores anônimos saudáveis.

 

Os cientistas saíram ​​em busca de traços de polímeros sintéticos comuns com mais de 700 nanômetros de diâmetro. E descobriram evidências de várias espécies de plástico em 17 das amostras.

Embora as combinações exatas variassem entre as amostras, os microplásticos incluíam tereftalato de polietileno (PET) – comumente usado em roupas e garrafas de bebida – e polímeros de estireno, frequentemente usados ​​em peças de veículos, tapetes e recipientes de alimentos.

Em média, 1,6 microgramas de material plástico foram medidos para cada mililitro de sangue, com a concentração mais alta sendo pouco mais de 7 microgramas.

Cerca de 30% continha poliestireno, usado para embalar alimentos e outros produtos. Outros 25% das amostras de sangue continham polietileno, do qual são feitas sacolas plásticas.

 

“Nosso estudo é a primeira indicação de que temos partículas de polímero em nosso sangue – é um resultado inovador”, disse o professor Dick Vethaak, ecotoxicologista da Universidade Vrije em Amsterdam, na Holanda, para o jornal britânico. “Mas temos que estender a pesquisa e aumentar o tamanho das amostras, assim como o número de polímeros avaliados.”

Os pesquisadores não conseguiram fornecer uma divisão precisa dos tamanhos das partículas devido às limitações dos métodos de teste. É seguro presumir, no entanto, que partículas menores mais próximas do limite de 700 nanômetros da análise seriam mais fáceis para o corpo absorver do que partículas maiores com mais de 100 micrômetros.

 

Riscos para os humanos

Os pesquisadores ainda não conseguiram encontrar evidências de danos à saúde dos voluntários. Mas assusta essa “capacidade” de o microplástico invadir a corrente sanguínea, pois geralmente os microplásticos são capazes de destruir as células humanas em experimentos de laboratório.

Partículas de poluição do ar também, quando entram no corpo, provocam inúmeras doenças que levam a milhões de mortes precoces por ano.

Esta descoberta mostra que as partículas podem viajar pelo corpo e se alojar facilmente em órgãos, um cenário desfavorável para a saúde humana, pois enormes quantidades de resíduos plásticos são despejadas no solo e nos oceanos todos os dias, deixando muitas pessoas vulneráveis à contaminação.

Microplásticos na placenta

Um estudo recente confirmou pela primeira vez, a presença de microplásticos dentro da placenta humana. Um estudo sobre o caso foi publicado na revista científica Environment International.

 

A equipe formada por especialistas do hospital Fatebenefratelli, de Roma, e do hospital Politécnico da região italiana de Marcas, analisou as placentas de seis mulheres saudáveis, que tinham entre 18 e 40 anos, com gestações normais e que permitiram o uso de seus dados na pesquisa.



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